Direito à segurança de renda

Direito à segurança de renda

Rumo à superação da pobreza

Havia uma certeza: a miséria, a desigualdade e a fome precisavam  ser superadas. Não era aceitável viver em um país em que um terço das pessoas enfrentavam a pobreza, sem acesso à alimentação adequada. Por isso, a partir de 2003, iniciou-se o desenho de uma ampla concertação capaz de enfrentar essa situação no Brasil.

Mas quem eram os famintos? Onde estavam os pobres? Como encontrá-los? Após séculos de omissão, por onde começar? Primeiro, algum tipo de cadastro seria necessário para que as políticas de combate à pobreza que nasciam fossem eficazes. Não havia margem para erro. Germinava já a semente do Cadastro Único, instituído em 2001 na III Conferência Nacional de Assistência Social. Duas iniciativas importantes brotaram desse solo: em 2003, foi criado um programa de transferência de renda que acabou com a fragmentação desse tipo de iniciativa no governo federal. Por meio do Bolsa Família, cumpridos determinados critérios e condicionalidades, as famílias teriam uma complementação de renda que lhes proporcionaria condições mínimas de sobrevivência em seus territórios, e contribuiria para a construção de sua autonomia econômica e social; e, em 2004, foi instituída uma renda básica de cidadania (Lei nº 10.835/2004), que seria a evolução dos programas de transferência de renda quando as condições fiscais permitissem.

Ao programa criado em 2003 deu-se um nome hoje famoso: Bolsa Família. Os seus resultados são também bastante conhecidos, no Brasil e no mundo. A própria ONU o usou, em 2011, como exemplo de medida efetiva para a erradicação da pobreza. O Bolsa Família integra uma ampla rede de proteção social que, conjuntamente, trouxe resultados impressionantes: entre 2004 e 2014, por exemplo, a extrema pobreza foi reduzida em 63% no Brasil, graças a medidas como a valorização real do salário mínimo e os índices de pleno emprego. 

Retomado após a desestruturação de políticas sociais entre 2016 e 2022, atualmente (janeiro de 2025), o Bolsa Família paga um mínimo de R$ 600 a cerca de 20,5 milhões de famílias que vivem com uma renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Ao todo, um em cada quatro brasileiros são beneficiados pelo programa. Além disso, em março de 2023, teve início o pagamento adicional de R$ 150 por criança de 0 a 6 anos, atendendo famílias pobres e extremamente pobres. Com isso, 9,1 milhões de crianças passaram a ter maior proteção social, podendo alcançar um melhor desenvolvimento, em múltiplos sentidos.

As condicionalidades estabelecidas pelas regras do programa – presença escolar; vacinação em dia; exames pré-natal nos casos de gravidez – fazem com que os benefícios do Bolsa Família se deem em muitos âmbitos: na saúde, na educação e até em aspectos emocionais e de autoestima. 

Por conseguirem se estruturar melhor, aproximadamente 2,7 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família entraram para a regra de proteção do programa em dezembro de 2024. Isso significa que elas melhoraram suas condições de vida e de renda, não mais se encaixando no perfil do programa. Porém, para que possam consolidar sua autonomia financeira, elas seguem recebendo metade do benefício por até dois anos. Isso evidencia que estar inserido na rede de proteção social do Estado brasileiro ajuda as pessoas em vulnerabilidade a superarem esta condição. Outro exemplo é que, das mais de 3,4 milhões de contratações de trabalhadores realizadas entre janeiro de 2023 e setembro de 2024 no Brasil, 91,49% foram de inscritos no Cadastro Único. Desses, 71,11% (cerca de 2,4 milhões de pessoas) eram beneficiários do Bolsa Família.

Veja abaixo mais sobre o Bolsa Família e o direito à renda. Clique para saber mais.

Maior programa de transferência condicionada de renda do Brasil, que, além de auxiliar famílias com renda mensal inferior a R$ 218 por pessoa, busca integrar políticas públicas, fortalecendo o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação, assistência social e segurança alimentar e nutricional.

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal identifica e caracteriza as famílias de baixa renda residentes em todo território nacional. Permite que o governo conheça melhor a realidade dessa população ao registrar informações como endereço, características do domicílio, quem faz parte da família, identificação de cada pessoa, escolaridade, situação de trabalho e renda, deficiência, entre outras.

Mede os resultados da gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único, avaliando o desempenho de cada município e estimulando resultados cada vez mais qualitativos, além de compor a base de cálculo de recursos a serem transferidos aos municípios.

Apoia ações de qualificação profissional e a inserção dos cidadãos no mundo do trabalho, por meio do emprego e do empreendedorismo, através do microcrédito produtivo orientado e do apoio para a estruturação de empreendimentos sustentáveis.
Bolsa Família
Cadastro Único
Índice de Gestão Descentralizada
Acredita no Primeiro Passo

Cada dólar

investido pelo governo no Bolsa Família gera outros 2,16 na economia local

R$ 516,4 milhões

em microcrédito produtivo foram disponibilizados para pessoas inscritas no Cadastro Único por meio do Programa Acredita no Primeiro Passo

91,49%

dos trabalhadores contratados entre janeiro de 2023 e setembro de 2024 estavam inscritos no Cadastro Único

2,7 milhões

de famílias atendidas pelo Bolsa Família entraram para a regra de proteção do programa entre 2023 e 2024, por terem ampliado suas fontes de renda

8,7 milhões

de brasileiros saíram da pobreza em 2023 – o equivalente à população inteira do Pará

45%

dos beneficiários do Bolsa Família acessaram o mercado de trabalho formal entre 2015 e 2019

71,11%

dos trabalhadores contratados entre janeiro de 2023 e setembro de 2024 eram beneficiários do Bolsa Família

Fontes: (1) MDS; (2)“Cash Transfers and Formal Labour Markets – Evidence from Brazil”;(3) IBGE; (4) Secretaria de Comunicação Social; (5) Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS); (6) Fundação Getulio Vargas (FGV)

Sarah Rocha Margittay, filha de faxineira e estudante de Medicina na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), no Distrito Federal (DF)

Como uma pessoa que foi beneficiária, e minha família é beneficiária dos programas sociais do Cadastro Único, entendo que aquilo impacta muito na vida da população. É um impacto que muda a jornada das pessoas, muda os caminhos que elas vão seguir