Direito à participação social

Direito à participação social

Conselhos e conferências

Várias vozes, perspectivas e mãos: assim deveriam ser construídas as políticas públicas – com participação cidadã. O controle e a participação social são fundamentais para promover ações públicas mais eficientes e que atendam às reais necessidades de quem será beneficiado. 

A política de participação social é um conjunto de diretrizes e práticas que buscam envolver cidadãos na formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. A prática do controle e participação social é fundamental para a legitimação e o desenvolvimento do processo de tomada de decisão, sendo pilar na construção de diretrizes, na definição de prioridades e no desenvolvimento de melhorias. 

Desde 2023, após um período de esvaziamento dos conselhos, uma série de espaços voltados à participação social vêm sendo restabelecidos, e com uma diretriz clara de fortalecimento da sociedade civil. Por exemplo, foi instituído pela Presidência da República o Sistema de Participação Social, cuja finalidade é estruturar, coordenar e articular as relações do governo federal com os diferentes segmentos da sociedade civil na aplicação das políticas públicas.

No âmbito do Desenvolvimento Social, a participação sempre foi uma dimensão essencial, posto que as políticas de Assistência Social e de Segurança Alimentar e Nutricional são construídas levando em conta o direito ao controle social que, por sua vez, é exercido por meio do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ambos, com seus respectivos conselhos nos níveis subnacionais, têm a tarefa de acompanhar e fiscalizar as políticas públicas em suas áreas de atuação.

Exemplos dessa forma de participação estão nas conferências organizadas pelos conselhos setoriais. No caso da Política de Assistência Social, a 13ª Conferência Nacional de Assistência Social reuniu, em dezembro de 2023, mais de 2.500 pessoas em Brasília para debater, trocar experiências e apontar caminhos para o SUAS. A conferência é a maior instância participativa de avaliação e proposição de rumos para a Política de Assistência Social no País. 

Também em 2023, foi realizada a 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, espaço de debate e proposição de ações concretas no combate à fome e à desigualdade alimentar no Brasil. Ainda na temática do combate à fome, a reinstalação do Consea, em janeiro de 2023, marca a retomada da participação da sociedade.

Uma série de outros conselhos nacionais também retornaram em 2023: da Juventude; dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+; dos Direitos da Criança e do Adolescente; de Ciência e Tecnologia; de Políticas sobre Drogas; de Desenvolvimento Industrial; dos Direitos de Pessoas Idosas; e dos Povos e Comunidades Tradicionais.

Nesses espaços, a cidadania é posta em prática. Por meio dela, as políticas e programas ganham legitimidade e se aperfeiçoam para atingir um objetivo comum: garantir que todos tenham direito a uma vida digna, com acesso a serviços públicos de qualidade.

Veja abaixo os espaços de participação da Assistência Social e da Segurança Alimentar e Nutricional. Clique para saber mais.

Conjunto de conceitos e diretrizes relativos às instâncias e mecanismos criados para possibilitar o diálogo, a aprendizagem e o compartilhamento de decisões entre o governo federal e a sociedade civil.

O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) tem entre suas competências aprovar a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e regular a prestação de serviços públicos e privados de assistência social.

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) articula as três instâncias de governo e a sociedade civil na revisão dos programas federais e na elaboração do Plano de Combate à Fome e à Miséria. Atua na formulação, monitoramento e avaliação da Política e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Espaço deliberativo em que se avalia a política de assistência social e se define diretrizes para o aprimoramento do SUAS.

Debate e propõe ações para o combate à fome e à desigualdade alimentar no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
Política Nacional de Participação Social
CNAS
Consea
Conferência Nacional de Assistência Social
Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

27

conferências estaduais (e no Distrito Federal) de assistência social (2023)

1.842

delegados governamentais e da sociedade civil eleitos na 13ª Conferência Nacional de Assistência Social (2023)

130

conferências regionais e territoriais de Segurança Alimentar e Nutricional (2023)

248

propostas aprovadas na 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2023)

5.370

conferências municipais de assistência social (2023)

943

conferências municipais de segurança alimentar e nutricional (2023)

2.187

delegados governamentais e da sociedade civil, além de outros participantes na 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2023)

Fontes: (1) MDS

Elisabetta Recine, presidenta do Consea, em 6 de março de 2024, na entrega do relatório da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ao presidente Lula

“Há um ano, nós estávamos celebrando e oficializando a volta do Consea e convocando a 6ª Conferência para erradicar a fome, garantir o direito à comida de verdade, à democracia e à equidade. A nossa certeza é que tínhamos percorrido um caminho desafiador, mas, sem dúvidas, muito bem sucedido. A força de milhares de pessoas reunidas se encontrando em um espaço coletivamente construído pela luta pela comida boa, saudável, na terra e no prato, comida que não mata e que é para todos, sem exceção”